Nos últimos anos uma máxima perdura em todos que ouvem a atual música sertaneja com muitas frases de efeito (que muitas vezes condizem com a verdade mas nem sempre isso é 100%).
Aposto que vocês já ouviram o povo dizer “Todo mundo copia Jorge e Mateus”, “A voz desse é igual Jorge e Mateus”, “Não sei quem é quem nessa voz que parece Jorge e Mateus” ou “Ouvindo na rádio não sei quem é quem”, “Não tem ninguém com diferencial” e blá blá blá.
Mas a verdade sobre isso é uma só e vamos ser retos no comentário. Realmente a grande maioria da música que ‘chega’ aos seus ouvidos são as “músicas comerciais” que são monetizadas via redes sociais ou rádios do Brasil todo, e essas músicas são as faixas de trabalho escolhidas pela equipe do artista que realmente vem com referências de criação sobre os artistas que estão no maior escalão do sucesso atualmente, e sempre foi assim, essa é a verdade.
Nos anos 80 quantos artistas também não copiaram na cara dura artistas como Chitãozinho e Xororó, Milionário e José Rico, João Mineiro e Marciano, Leandro e Leonardo entre outros??? Não é de hoje mas o cantor sertanejo sempre foi conhecido até por cortar o cabelo e vestir-se igual seu ídolo.
É sempre assim, o estilo com maior potencial comercial do momento é copiado em nosso país, e artistas que criam algo diferente lutam dia a dia para incluir as suas idéias em disputa comercial com os que estão por cima. É até muitas vezes uma disputa desigual e injusta, mas o público consumidor é quem dá as diretrizes do que quer ouvir e os profissionais da música preferem apostar no que tem a possibilidade de errar o menos possível.
É sempre assim, o estilo com maior potencial comercial do momento é copiado em nosso país, e artistas que criam algo diferente lutam dia a dia para incluir as suas idéias em disputa comercial com os que estão por cima. É até muitas vezes uma disputa desigual e injusta, mas o público consumidor é quem dá as diretrizes do que quer ouvir e os profissionais da música preferem apostar no que tem a possibilidade de errar o menos possível.
Você já parou para pensar quantos artistas lembram o jeito de cantar do Jorge, Cristiano Araújo, Luan Santana e Gusttavo Lima atualmente?
Provavelmente de tudo que ‘chega’ aos seus ouvidos tem muito desses artistas que já a alguns anos são sucesso no Brasil e a nova geração de artistas são fãs desses da nova geração e é natural que seja dessa forma, assim como foi no passado as referências dos artistas mais antigos, são gerações que se renovam a cada ano e daqui uns anos você vai ver gente copiando Zé Neto e Cristiano, George Henrique e Rodrigo, Marcos e Belutti e outros. Isso é renovação e não temos como fugir.
Agora você deve estar se perguntando qual a real idéia desse artigo de hoje com esse assunto?
Nos dias de hoje de tanto ouvir essas frases muitos artistas têm se renovado e criado novos caminhos em sua música, e assim foi nos últimos anos com Victor e Léo, que por mais que a fábrica atual dos irmãos esteja em momento de pausa para voltar daqui uns anos com força máxima ainda tem muita gente criando, e criando coisas legais, atirando para todos os lados até acertar na veia.
Nos últimos meses vimos Bruninho e Davi surgir com uma música chamada “Zé Benedito” com a participação do humorista Renato Albani e que parece muito ser uma espécie de “Eduardo e Mônica” da (Legião Urbana) dos tempos modernos, impossível ouvir e não relembrar que a idéia dessa música tem o DNA do sucesso de Renato Russo, e tudo isso misturado com um som bem diferente daqueles que os produtores musicais estão esquecendo de inovar nos arranjos (exceto é claro de Dudu Borges) que toda hora cria um Luan Santana diferente. E nessa onda ainda tivemos Fernando e Sorocaba com “Família Furacão”.
E navegando pelos discos dos artistas sertanejos ainda achei a dupla Fiduma e Jeca, que sempre tiveram uma identidade de fazer uma música sertaneja com mais humor, e quando resolvem cantar sério ainda fazem ótimas músicas assim como foi com “Quadros” que teve a participação de João Carreiro anos atrás. Mas a música que quero falar agora é “Ascendente em Capricôrno”, com uma letra bem criativa, divertida e com arranjos musicais que fazem as repúblicas de universitários abraçarem essa música, que é muito legal mesmo e serve para deixar nosso dia mais alegre.
Mas como a linguagem das músicas atuais acabam saindo sempre da mesma forma e as idéias de projetos como DVD’s diferentes uns dos outros começam a ficar escassas depois que os magos Fernando e Sorocaba e Luan Santana (os reis das criações) já inventaram quase tudo, eis que surge Felipe Duram fazendo um projeto de DVD que pode muito bem nem ser chamado de DVD, e sim um longa metragem.
O DVD “Guerra Ao Desamor” é mais filme digno de Netflix do que um DVD musical, com conteúdo inteligente e imagens nas quais nos fazem uma viagem no tempo, esse projeto vale a pena todos assistirem no canal oficial do Youtube de Felipe Duram. Esse um disco que em muitas músicas você vai lembrar de U2, de Zé Ramalho, algumas vezes até de Raul Seixas (isso falei só para lembrar alguns artistas que a gente começa a comparar assistindo). E nesse disco você vai dar de cara com duas músicas “Viva A Vida” e “Não Deixe o Homem Acabar”, que são sensacionais na linguagem citada e o visual combina muito bem com as imagens do DVD.
Com esses três exemplos que citei posso dizer que você precisa deixar de ouvir rádios se quer algo diferente, porque na rádio realmente não irá achar músicas assim, que em todas as partes são músicas que achamos pesquisando o disco do artista assim que lançado, e você precisa pesquisar sim.
O sertanejo mais antigo começa a ser reativado pela dupla Zé Neto e Cristiano, em que eles trouxeram atualmente músicas gravadas com ídolos do passado como Matogrosso e Mathias, Trio Parada Dura, Gilberto e Gilmar, Daniel, Cézar e Paulinho que são linguagens e arranjos fiéis ao que tocava nos anos 80 e 90 na música sertaneja.
Viu como a música sertaneja não é só o jeito “Jorgeado” de cantar e se influênciar?? O sertanejo atual tem muita coisa boa para você tirar essa má impressão dessa idéia que você comprou e incluiu no seu repertório próprio de reclamações. E como a música é mágica né?
Mostra para a gente que todo dia é momento de renovação e quem não se renova fica para trás. E o meu conselho que fica é “Pare de ouvir rádio” se você quer algo diferente.